A meu irmão no dia 26 de Outubro de 2011

 

 

O vazio dói…

E o escuro também...

 

Hoje descobri o nevoeiro dos dias de Outono e abandonei-me à sombra do meu tempo por viver…

Busquei a inquietação de ser, e só encontro precipícios a invadir-me o ego! Não quero cair... Estou descontente com os icebergs da memória e gostava que neste dia alguém me arrancasse o resto do coração pois viver só com uma parcela deste órgão faz-me sentir um andróide e não crer…

(…)

 

Mas eu quero crescer!

 

Ainda guardo pássaros com cantares felizes (que neste momento estão guardados na gaiola da solidão, da qual perdi a chave)

E por dentro do podre das árvores há folhas verdes e flores ( que não conseguem sair para descobrir o sol pois sabem que cá fora lhes espera o Cinzento) …

(…)

 

Mas quero viver!

 

 Restam-me planetas de esperança e visões acreditáveis de ser feliz (das quais neste momento só vejo sombras, mas sei que lá estão… [obrigada Platão]).

 

E os nenúfares são da cor do arco-íris e banham o lago da minha vida como se fossem lâmpadas a iluminar uma sala escura… (mas hoje falta a luz).

 

E assim volto ao vazio: que dói!

 

E fico no escuro: Á espera que voltes e tragas o mar contigo!

(Olha que já tenho o barco pronto…)

 

Amo-te!  

 

Maria Lua

sinto-me: hum...
música: Brothers in Arms...
publicado por MariaLua às 16:14