ESTORIAS DE LUA

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Quarta-feira, 24 / 11 / 04

Conto de Fadas...

 

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Houve um tempo, quando o mundo ainda era jovem, que todos os mundos eram interligados e todas as raças vivam juntas. Homens, Elphos, Gnomos, Duentes, Gigantes, Fadas, etc. Todos pertenciam a um só reino e, se não era o mesmo reino, todos os reinos estavam interligados por portais onde se podiam entrar e sair livremente, porque todos eram amigos. A doçura, a simplicidade, a amizade eram coisas sagradas e nem era preciso ensinar isso a ninguém, porque era algo natural, fazia parte da índole de todos. Só existia uma raça que viva separada de todas as raças, eram os Djins (Génios). Era uma raça tão antiga quanto o tempo da criação. Eles eram sábios, porém invejosos e por isso mesmo queriam destruir a Grande Obra do Criador. Então o criador limitou-os obrigando-os a viver separados de toda a sua criação, presos no espaço-tempo alheios a tudo o que pudesse acontecer no seu reino. Porém um dia um Djin conseguiu escapar do abismo e foi visitar o reino das criaturas de Deus. Os Djins não eram criaturas de Deus, eles dormiam e foram despertados pelo Todo no momento da Criação, onde todas as energias ouviram o seu chamado e se submeteram a Ele num grande estrondo AUM, AUM, AUM.... Na sua visita ao Reino o Djin que levava o nome de Egus encheu-se de inveja e revolta por ver um mundo tão lindo e cheio de cores, bem diferente das profundas trevas em que vivia... sentiu raiva de todos e queria que todos sofressem. Então foi tentar os Elphos para plantar neles a semente da destruição, mas estes eram criaturas muito divinas para se deixarem influenciar. Também não conseguiu nada com as fadas, porque eram muito puras. Prometeu riquezas aos Gnomos, mas estes já eram ricos o quanto baste... Foi então tentar o Homem que era a raça mais jovem e inocente que vivia sobre a Terra. E perguntou ao homem porque eles não eram tão belos e ágeis como os Elphos, tão ricos como os Gnomos, porque não eram tão altos como os Gigantes e nem tinham poderes mágicos como as Fadas e assim foi envenenando a alma do homem, enchendo-o de inveja... O homem então deixou de se ver a si mesmo, as suas belezas, os seus dons, as suas qualidades e só enxergava as suas limitações. Movidos pela inveja tentaram fecundar Elphas para no futuro serem uma raça mais ágil e bela, ultrajados os Elphos fecharam os portais que davam acesso ao seu reino e isolaram-se dos homens. Tentaram roubar os Gnomos e estes indignados também fecharam os seus portais. Os pequeninos duendes e anões assustados também fecharam as suas entradas. As Fadas trancaram-se porque elas só se comunicam com criaturas puras de coração. E assim todas as criaturas mágicas que antes eram amigas do homem e lhe ensinavam e mostravam coisas muito belas foram afastando-se e fechando os seus portais. Só restaram os Gigantes, mas estes foram incumbidos de procurar e enfrentar os Djins e as suas pestes e foram praticamente quase todos destruídos. Então os homens ficaram sozinhos no seu reino, que foi contaminado por Egus e ainda continua sob a sua maldição. Mas, algumas pessoas que ainda possuem doçura e amor no coração conseguem comunicar com os antigos amigos e estes às vezes ainda vêm ajudar mas raramente abrem os seus portais mesmo para as pessoas de alma pura. Infelizmente para a maioria da humanidade esta realidade está perdida no espaço-tempo das suas memórias. Os homens esqueceram dos seus antigos amigos e trancaram-se também no seu mundinho. Mas os Elphos, as fadas, os Gnomos e Duendes, não se esqueceram, eles ainda se lembram de nós e estão à espera que nos purifiquemos para tudo voltar a ser como era antes...

 

Autor desconhecido

 

 

Será que isto é uma lenda ou um conto de fadas? Ou será uma realidade muito longínqua apagada pela maldição de Egus? O que é que acha?

 

Maria Lua

publicado por MariaLua às 12:22
Quarta-feira, 17 / 11 / 04

A Mensagem Secreta

 

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Existem mensagens secretas codificadas em tudo o que somos que muitas vezes "escondemos" do outro e até de nós proprios... vivemos à pressa enchemo-nos de stress, tédio e vazios o que transforma a nossa vida numa "meia mentira". Desafio-vos a ter tempo de descobrir a vossa mensagem escondida e também a do outro que às vezes julgais não entender. DESCOBRI A VIDA como se fosse um mapa de tesouro bem guardado ou o "tal" manual de instruções que nos torna mais humanos e puros de espirito e como prémio descobrireis quem sabe: Um sorriso...

 

Maria Lua

 

 

A Mensagem Secreta

 

"Era uma vez um homem muito rico e generoso que tinha um lindo papagaio numa belíssima gaiola de ouro. Era uma ave tão esperta e falante que, de longe, todos confundiam a sua voz com a de uma pessoa. Certo dia o homem decidiu fazer uma viagem e perguntou à esposa, à filha e aos empregados o que desejavam que ele lhes trouxesse de presente. Aproximando-se da gaiola, disse ao papagaio: - Meu querido amigo, o que gostarias de ganhar? - Não preciso de nada – respondeu a ave – tenho apenas um desejo. Nesse país para o qual o senhor viajará, existe uma grande floresta onde há uma árvore maravilhosa, a árvore dos papagaios. Foi lá que eu nasci. É lá que estão todos os meus amigos. Por favor, vá até eles e transmita-lhes esta minha mensagem: "Meu papagaio, que mora na minha casa numa linda gaiola dourada, mandou-me dizer-vos, a vocês que vivem livremente pela floresta, jardins e bosques, que os vossos corações vão ficar frios e duros como pedra, pois esqueceram-se dos vosso infeliz irmã, que vive fechado. Se vocês não o ajudarem, ele morrerá na gaiola". - E o papagaio acrescentou ainda: - Por favor, meu senhor, preste muita atenção na resposta que eles lhe darão. O homem anotou a mensagem e partiu. Atravessou muitos lagos e florestas até chegar ao país onde nascera o papagaio. Depois prosseguiu a sua rota para descobrir onde ficava a magnífica árvore por ele descrita. Ao encontrá-la, ficou surpreso com a beleza das aves misturadas às folhas e galhos daquela árvore imensa. Tirou uma folha de papel do bolso e anunciou: - Caros amigos papagaios, trago aqui uma mensagem que minha ave me pediu que vos transmitisse. Porém, assim que ele chegou à parte em que o papagaio dizia que os corações dos seus amigos eram duros como pedra, todas as aves caíram das árvores, mortas. Assustado, o homem saiu rapidamente de lá. Quando regressou ao lar, preparou-se para contar a triste notícia ao seu querido papagaio. - Meu amigo, aconteceu a coisa mais terrível do mundo. Estou tão triste e desconsolado! Fiz tudo como tu me pediste, mas, quando cheguei ao trecho da mensagem em que dizes que os teus amigos têm corações duros como pedra, eles caíram mortos bem à minha frente. Mal o homem terminou de falar, o seu próprio papagaio caiu duro diante dele. O homem chorou muito, tirou o papagaio da gaiola levou-o para o jardim para enterrá-lo. Porém, logo que foi deitado sobre a relva, o papagaio abriu os olhos e saiu a voar. Só então o homem percebeu que a sua ave tinha recebido uma mensagem secreta. Na verdade, quando os papagaios da árvore se fingiram mortos, estavam apenas mostrando como se deve fazer para escapar de uma gaiola. Agora ele também seria livre como os seus irmãos. E quanto ao homem, em vez de se julgar traído pela ave, ficou feliz com a beleza e alegria do seu voo, sentindo muita leveza no próprio coração. "

publicado por MariaLua às 12:22
Sexta-feira, 12 / 11 / 04

Não Consigo (...)

 

 

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 Para que este fim-de-semana seja de reflexão e mudança (para melhor) deixo convosco um conto especial. Sintam-no e... bom fim-de-semana! (Se conseguirem... hehe!)

 

 

Beijos.

 

Maria Lua

 

 

  Enterro do "Não consigo

 

"Francisco era supervisor e incentivador dos seminários que eram realizados numa escola primária e um dia viveu uma experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou:

 

 

-Sentei-me num lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam ocupados, preenchendo uma folha de caderno com ideias e pensamentos. Um aluno de dez anos, (o mais próximo de mm) estava a encher a folha de "não consigos".

 

 

"Não consigo jogar à bola como gostava." "Não consigo fazer divisões longas com mais de três números." "Não consigo fazer com que a professora goste de mim" etc.

 

 

 Caminhei pela sala e notei que todos estavam a escrever o que não conseguiam fazer. "Não consigo fazer dez flexões." "Não consigo comer um biscoito só." Nesta altura, a actividade já despertara a minha curiosidade, e decidi perguntar à professora o que estava a  acontecer e percebi que ela também estava ocupada a escrever uma lista de "não consigos".

 

 

 Frustrado nos meus esforços em determinar porque é que os alunos estavam a trabalhar com aquelas palavras negativas, em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei as minhas observações.

 

 

Os estudantes escreveram por mais dez minutos. A maioria encheu a página. Alguns começaram outra. Depois de algum tempo os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e a colocá-las numa caixa de sapatos, vazia, que estava sobre a mesa da professora. Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa, A professora Débora acrescentou as suas, tampou a caixa, colocou-a debaixo do braço e saiu pela porta do corredor. Os alunos seguiram-na. E eu segui os alunos.

 

 Mais à frente a professora entrou na sala do jardineiro e saiu de lá com uma pá. Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até ao canto mais distante do recreio. Ali começaram a cavar. Iam enterrar os seus "não consigo"!

 

 

Quando a escavação terminou, a caixa de "não consigos" foi depositada no fundo e rapidamente coberta com terra. Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, em torno da sepultura recém cavada.

 

 Débora então proferiu os louvores. "Amigos, estamos aqui reunidos hoje para honrar a memória do não consigo. Enquanto esteve connosco aqui na Terra, ele tocou nas vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros. O seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública, escolas, câmaras, assembleias legislativas e até mesmo na assembleia da república. Providenciamos um lugar para o seu descanso final e uma lápide que contém o seu epitáfio. Ele vive na memória dos seus irmãos e irmãs eu consigo, eu vou e eu vou imediatamente. Que o não consigo possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar as suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amem."

 

 

Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam a lição. A actividade era simbólica: uma metáfora de vida. O "não consigo" estava enterrado para sempre.

 

 Logo após, a sábia professora encaminhou os alunos de regresso à classe e promoveu uma festa. Como parte da celebração, Débora recortou uma grande lápide de cartão e escreveu as palavras "não consigo" no topo, "descanse em paz" no centro, e a data por baixo.

 

 A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Débora durante o resto do ano. Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia "não consigo", Débora simplesmente apontava o cartaz descanse em paz. O aluno então se lembrava que "não consigo" estava morto e reformulava a frase.

 

Eu não era aluno de Débora. Ela era minha aluna. Ainda assim, naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela. Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "não consigo", vejo imagens daquele funeral da quarta classe. Como os alunos, eu também me lembro de que "não consigo" está morto".

 

 

 

 

 

publicado por MariaLua às 14:12
Terça-feira, 09 / 11 / 04

À Janela de Mim

 

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Hoje acordei e decidi sentar-me à janela de mim (há muito que o não fazia). Despi as emoções como se fossem pertença de um guarda-roupa de teatro e olhei-me "nua". Deixei sair os meus fantasmas e exorcismos. Sorri ao sol e este tomou-me de pronto como se fosse só sua e levou-me pelos caminhos que só ele conhece. Perdida no seu colo deixei que me oferecesse búzios e conchas do mar da minha infância e ai "ela" (a menina que vive dentro de mim) acordou também...

 

 

 

Quando regressei trazia intuídas as palavras de um "mestre":

 

 

 " Sinto-te como um som imaginado dentro de um búzio... acredito que na vida nada do que é importante se perde... a não ser a ilusão de que tudo pode ser nosso para sempre" (...) (Miguel Sousa Tavares)

 

Maria Lua

  

 

publicado por MariaLua às 11:02
Este é o lugar dos Contos e das imagens. Aqui estará SEMPRE no mundo da "Lua" onde é obrigatório SENTIR. Seja bem Vindo!

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